Bezuntando de álcool gel até abacaxis. Listando prioridades de compras pra casa, pois na ida rara ao super não dá pra marcar bobeira de esquecer o papel higiênico. Virando Master Chef de bolo e comendo como se não houvesse amanhã. Tirando a ferrugem do corpo e dançando zumba com o YouTube. Ouvindo podcasts sambando com o rodo no banheiro. Visitando fotos guardadas e livros empoeirados. Maratonando séries ou lives ou cursos. Criteriosamente, preenchendo planilhas financeiras na tentativa de prever junho de 2020. Na virtualidade, tecendo saudade com contato profundo e olhares amorosos. Na presença intensa com os habitantes do mesmo teto, tendo conversas difíceis sobre a ameaça de vida de um “ser invisível”. Respirando fundo diante de uma quase explosão de briga. Encontrando, na colisão de tarefas domésticas, parentais, laborais, familiares e pessoais, a rápida (mas essencial) pausa do silêncio e do autocuidado.
Há os que querem fugir. Fugir dos sentimentos eclodindo feito vulcão no centro do peito. Dos conflitos com o(a) companheiro(a). Do cansaço de fazer novamente as tarefas escolares com os filhos. De entender a brigaçada política dos jogos de poderes de homens caretas e covardes.
Enquanto houver vida, a fuga é sempre uma escolha de POSTERGAÇÃO para assumir a si próprio e tomar a vida nas próprias mãos. A fuga leva à sobrevida, oposta à coragem que vai mesmo com medo encarar a Vida!
Cá estamos nós. Mudando a rota da fuga para a da coragem – ouvindo os sentimentos, percebendo como dói perder o controle e como encararmos o luto coletivo diante da pandemia. Olhando para si.
Please, não me venha com “gripezinha”, pois o mundo está de joelhos para um vírus e não há saída a não ser fazer a nossa parte. AUTORESPONSABILIZAÇÃO. Encarar o que é possível fazer no dia de HOJE NO AQUI E AGORA. Isso é tudo. Faça sua parte pois o Todo depende de ti.
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