Antes, lá fora o mundo andava tão agitado. Pessoas correndo feito loucas pra cumprir prazos e demandas, realizar deslocamentos gigantescos, trabalhar e trabalhar pra pagar e pagar, e enfim, satisfazer-se no reconhecimento. E assim, esqueceu-se de tanta coisa humana nas relações mais próximas e mais íntimas.
Aí chega o COVID-19 e, num sopetão, dá um basta! Pede pela introspecção, pelo distanciamento das coisas de fora e pela aproximação das coisas de dentro (da casa, mas especialmente de dentro da gente). Mas, nem sempre a gente entende assim de pronto, e o comportamento segue igual, mesmo que num “novo” cenário. A expectativa exagerada de cumprimento de tarefas segue o baile. Escolas exageradamente se fazendo presentes através de aulas online e muitas tarefas.
Um cardápio gordo de Lives no Insta deixam qualquer um com a bunda no formato do sofá, de tanto que é gente cantando, palestrando, entrevistando, incendiando ou apaziguando. É praticamente uma TV por assinatura gratuita, em tempo real, mas você PRECISA estar conectado pra acompanhar e interagir.
Uma oferta nunca antes vista na internet de cursos online, imperdíveis e com desconto somente para hoje, e aquela sensação terrível de que você está ficando para trás se não comprar e comprar, mesmo sem planejamento financeiro e perspectiva de como estará seu extrato de maio.
Pois é, a vida impõe incertezas e clama por desaceleramento. E aí a gente nem escuta e segue nadando desesperadamente em busca de conteúdo e de venda. Eu quero reforçar o pedido da ESCUTA DE DENTRO. Mesmo trabalhando muito (seja na lida da casa, das crianças ou do job mesmo), encontre no tempo do relógio o tempo da alma, que germina criatividade e resiliência. Eu sei que a crise gera angústia e a gente precisa se reinventar, mas a ansiedade tb cega e a voz do coração tb precisa mais do nunca ser ouvida.
#TempoDaAlma #psicologia #escuta
