“Gravidez é onipotência
Parto é potência
Puerpério é impotência”
Verdade dita pela super @flapenido que me inspira até hoje.
Nasci mulher, mas sem o “chip da mãe”.
Luana nasceu e me convidou para o mergulho profundo de desconstrução da minha identidade. No meio das noites intermináveis, com tantas incertezas e dores da amamentação e da recuperação do corpo, que leva MESES, eu me questionava muito sobre COMO teria minha vida de volta.
No caos do auge do puerpério, eu não via perspectiva de futuro do reencontro comigo mesma. Mal vislumbrava minha face no amanhecer, após cada noite de dedicação e solidão.
No olhar da minha menina, a cada mamada da madrugada, a cada shantala untada com o cantoria e riso, a cada novo amanhecer onde tudo parecia fazer sentido, eu recuperava minha dignidade e lembrava de ser luz no céu do meu próprio olhar.
Com ingredientes de convivência, disponibilidade pro colo e abraço, atenção viva às suas necessidades, e MUITO reconhecimento da minha criança interior e da minha própria história, eu vim construindo esse lugar de MÃE.
Desse lugar, nasce o amor, herdeiro da intimidade. É no contato pele a pele com a sombra e a luz que conhecemos a potência do VIR A SER o amor de mãe.
Amor tecido por conquistas e por muitos lutos vividos. Puerpério é “abrir mão” e focar no essencial. É uma crise.

E como vivê-lo diante da transmutação urgente que a crise coletiva clama? Como respirar no puerpério sem perspectiva de rede de apoio física?
Como estreitar laços de afeto e ESCUTA entre mulheres num cenário de isolamento social?
A Puérpera tem sede de aldeia de amparo pra construir um ninho de entrega e amor com a cria. Precisamos tocá-las com nosso olhar e abraçá-las com nosso sorriso. E, mais do que nunca, não julgá-las com inúmeros pitacos, ofertando o melhor silêncio acolhedor.

Conhece uma puérpera nessa crise?
Compartilha esse texto com ela pra que possa receber meu abraço.
Cada puérpera sabe a dor e a delícia de ser para fazer a travessia. Tamo juntas!
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