O papo é sério!

Janeiro Branco continua lembrando da importância da saúde mental e hoje o papo é sério – é quando a morte chega cedo à porta do adolescente que pode ser teu conhecido, teu vizinho, teu sobrinho, teu filho. E acontece por escolha própria do jovem, se anunciando através de “pequenos” sinais, muitas vezes “invisíveis” aos olhos dos familiares, mas intensos e expressivos para quem está sentindo o desejo de conhecê-la mais de perto. Que sentimentos profundos são esses que ninguém ao redor percebe ou entende? Como lidar com quem fala de suicídio ou faz tentativas?

Cortes nos braços, nas coxas. Cartas de despedida. Choros escondidos, compartilhados com o chuveiro e ninguém mais. Excesso do uso de álcool e drogas. Fobias, ansiedades, medo, pânico. Pensamentos repetitivos de solidão, desamparo, incompetência, não aceitação, ingratidão. Depressão disfarçada de raiva. Gritos de raiva e agressividade (normalmente contra o outro, anunciando uma ação contra si mesmo). São esses alguns dos sinais pichados nos muros erguidos nos comportamentos juvenis que não são valorizados, às vezes sequer olhados.

A falta de sentido é uma das possíveis raízes do suicídio, este fenômeno complexo e multifatorial, e nenhum rótulo ou preconceito nos auxilia a compreendê-lo e preveni-lo. O que nos resta, então?

É preciso um olhar amoroso e cuidadoso. Uma escuta que reconheça e confirme essa experiência de alma que traz a morte como um personagem que quer espaço e voz. Um lugar na relação autêntica e sincera que busque, junto com quem sofre, o significado pessoal para o seu sofrimento, e não apenas rotule com um diagnóstico e diga o deve fazer. Não ajuda dizer: “não pense assim!”, “não seja ingrato, vc tem tudo!”, “não se mate!”, “não chore!”, “não faça seus pais sofrerem”, entre outras frases que continuam a cavar o enorme abismo na relação com o jovem, ao invés de construir um vínculo mais seguro e acolhedor, de aproximação.

Se você conhece alguém que já manifestou sinais de suicídio, indique ajuda de um Atendimento Psicológico.

Texto escrito para o Espaço Terapêutico Aprender (Restinga/Porto Alegre)

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