“Me dê um abraço, venha me apertar, to chegando. Coisa que gosto é poder partir sem ter planos. Melhor ainda é poder voltar quando quero.” Bituca (Milton Nascimento, para os não íntimos desse gênio da música brasileira)
Milton traduz bem o significado profundo de Encontros e Despedidas. Nesses tempos de pandemia, essa canção me toca ainda mais, abraçando minh’alma e me conduzindo pelos trilhos imaginários dos próximos reencontros da vida, quando a nova vida “ao vivo” florescerá.
Por vezes me pego profundamente triste ao saber das milhares de perdas truculentas que estão acontecendo. Mas também me apego facilmente, como chiclete na sola do pé, há muitas histórias lindas de nasceres, reencontros e transformações humanas.
A lágrima da tristeza me serve de mola propulsora para seguir sendo útil nessa crise e fazendo minha parte de ficar em casa (pois tenho o privilégio de trabalhar home office e me agarro cada vez mais a ele com todas as forças). Daqui, só peço notícias do “mundo de lá” dos meus saudosos amigos e familiares.
A lágrima da esperança, junto da anterior, cria então adubo fértil para que a matéria prima de um novo alvorecer nasça em nós. Germina, do chão da oca da minha casa, muita disposição para encarar nosso luto coletivo e transmutar a raiva e a dor em compreensão e empatia.
Ontem chorei litros vendo um vídeo da semana passada, que mostra a costureira Vanessa Costa reencontrando ao vivo sua menina Layla de 3 meses, após ela receber alta da UTI na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, em Fortaleza (Fonte: Globo.tv / Revista Época).
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Vi a nobreza do cuidado dos profissionais da saúde, a disposição para a manutenção da vida e do AFETO. Imaginei a dor incalculável de passar os primeiros 3 meses longe de sua bebê, c/ todos os cuidados que ela não pôde vivenciar, em prol maior da vida da pequena. Imaginei também a fé infinita de que há reencontros possíveis e que sempre é tempo de se vincular. Por mais valor à vida!
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