Até quando vai essa “quarentena”, que já deixou seus 40 dias lá pra trás? Quando vou poder planejar meus próximos meses? Quando vou pensar na próxima viagem? Quando terei alguma garantia de não ficarei doente, de que terei mais dinheiro, de que não irei morrer por COVID?
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A única resposta pra todas essas perguntas é: não sei. Me conectar com essa ignorância e impotência diante do futuro gera calafrios. Sinto cheiro de VAZIO no ar, não sei como me preencher no agora. Então te convido a olhar para esse VAZIO.
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Ele parece um buraco sem fundo. Mas tem um chão ali, todo buraco tem fim. Já que estamos aqui, senta comigo nesse chão. Te encosta na parede. Me sinto mais segura agora já que minhas costas doem tanto pela tortura da ansiedade. Quer chorar? Então chora. Vem, lágrimas! Vem, mar salgado humano que tem nascente neste teu coração destemperado. Há vida aí dentro? Emoções, memórias, cicatrizes? Vem, deixa tuas lágrimas me contarem sobre o passado e o medo do destino. Olhamos pro ontem e acolhemos o hoje. Respiramos na expressão da dor acumulada e não vivida.
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De repente, acontece a alquimia. Lágrimas agora são adubo que fertiliza VIDA, que germina esperança a partir do esvaziamento da dor. Deixa sair pra entrar O NOVO. O buraco agora é útero que nos prepara para o nascimento das novas pessoas que seremos na travessia dessa crise. Viver esse luto coletivo é renascer.
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Seja, mais do que nunca, a transformação que você quer ver no mundo. Ouça sua história pessoal e veja como superou tantas dificuldades. Partilha isso no coletivo, contribuindo com exemplo e palavra.
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A crise vai passar, mas eu não passo por ela sendo a mesma. Já fiz um novo calendário com AC e DC – antes da crise e depois da crise. Faça da sua casa um casulo pra te reinventar e voar feito borboleta, principalmente no cultivo do jardim de dentro, o mais ESSENCIAL. Vem, agora já podemos sair do buraco. O vazio já tá cheio de mim, da minha coragem de viver e aprender. E tu?
#clareanasara #psicologia
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